quarta-feira, 20 de junho de 2012





PROJETO ALUNO LEITOR NA EJA


O sumo prazer humano
Sente o ser que é seduzido
Não apenas pela leitura
Mas, sobretudo, pelo livro
Porque o livro é o corpo
E a leitura, o espírito...



No dia 19 de junho, tivemos um encontro na biblioteca e conversamos sobre Carlos Durummond de Andrade e suas obras. Obs: Quem quiser saber mais sobre o projeto é só acessar as nossas postagens mais antigas. 


.BIOGRAFIA SELECIONADA:


Nome:
Carlos Drummond
de Andrade
Nascimento:
31/10/1902
Natural:
Itabira - MG

Morte:
17/08/1987

Carlos Drummond de Andrade


(...) Pois de tudo fica um pouco.
Fica um pouco de teu queixo
no queixo de tua filha.
De teu áspero silêncio
um pouco ficou, um pouco
nos muros zangados,
nas folhas, mudas, que sobem.
Ficou um pouco de tudo
no pires de porcelana,
dragão partido, flor branca,
ficou um pouco
de ruga na vossa testa,
retrato.
(...) E de tudo fica um pouco.
Oh abre os vidros de loção
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória.
(Resíduo)

Carlos Drummond de Andrade
nasceu em Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.

Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925. Fundou com outros escritores A Revista, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas. Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Passou depois a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954 colaborou como cronista no Correio da Manhã e, a partir do início de 1969, no Jornal do Brasil.
Várias obras do poeta foram traduzidas para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas. Drummond foi seguramente, por muitas décadas, o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, tendo também publicado diversos livros em prosa.
1987 - No 31 de janeiro escreveu seu último poema, "Elegia a um tucano morto" que passa a integrar "Farewell", último livro organizado pelo poeta. É homenageado pela escola de samba Estação Primeira de Mangueira, com o samba enredo "No reino das palavras", que vence o Carnaval 87. No dia 5 de agosto, depois de 2 meses de internação, falece sua filha Maria Julieta, vítima de câncer. "E assim vai-se indo a família Drummond de Andrade" - comenta o poeta. Seu estado de saúde piora. 12 dias depois falece o poeta, de problemas cardíacos e é enterrado no mesmo túmulo que a filha, no Cemitério São João Batista do Rio de Janeiro.
                                                                                         (Fonte : Google )


AUSÊNCIA
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

***

“A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca.”
“Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar.”
“Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade.”

***

Após a reflexão sobre alguns poemas desse maravilhoso escritor, tais como "AUSÊNCIA", "DESEJOS","PARA SEMPRE", entre outros, os alunos deixaram a imaginação fluir e extravasaram suas emoções na confecção de lindos desenhos. As obras criadas foram expostas em um mural. Vejam alguns momentos da produção artística das salas 8 e 10               ( EPA- Em Processo de Alfabetização ) : 


 

                                                                 

Relaxar, refletir e ...produzir !



Quanta concentração!

 

                  Professora Adriana e Coordenadora Cristina   prestigiando as produções.




Para Sempre 


Por que Deus permite

que as mães vão-se embora?

Mãe não tem limite,

é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento. 

Morrer acontece

com o que é breve e passa

sem deixar vestígio.

Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Carlos Drummond de Andrade




É isso aí! Em breve postaremos as fotos das salas 5 e 6 ( EPC - Em Processo de Certificação ) e o mural concluído. Aguardem! 

DICA VALIOSA : Acesse o  endereço http://cliptank.com/ab/PeoplePainting2.htm e confira um show digital (um quadro com vários  personagens históricos e suas biografias). Vale a pena ! 


Com carinho, 

Coordenadora Cristina Sanches. 











7 comentários:

  1. Parabéns pela iniciativa.Ler sempre é o melhor negócio.Bjs

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  2. Concordo, amiga! É sempre uma viagem surpreendente! Bjs.

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  3. Oi Cris,
    Que coisa boa, hein?!? Poesia, e Drummond... literatura de qualidade, para ler e sonhar... Eu adoro especialmente este poema "Ausência".
    P.S: Gostei da foto do perfil.
    Bjs

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  4. ACHO LINDO O TRABALHO COM JOVENS E ADULTOS, TAMBÉM JÁ TRABALHEI COM O EJA.
    É MUITO GRATIFICANTE. PARABÉNS!
    ABRAÇOS

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    1. Valeu , Terezinha! Educar é um ato de amor e precisa ser cada vez mais cultivado, incentivado, valorizado, compartilhado... Volte sempre! Abração!

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  5. ACHO LINDO O TRABALHO COM JOVENS E ADULTOS, TAMBÉM JÁ TRABALHEI COM O EJA.
    É MUITO GRATIFICANTE. PARABÉNS!
    ABRAÇOS

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  6. PARABÉNS PELO TRABALHO. TAMBÉM JÁ TRABALHEI COM O EJA É MUITO GRATIFICANTE.
    ABRAÇOS

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